sábado, 31 de março de 2018

TERRA AMADA TERRA


De bola abrasadora a planeta azul
uma massa de terra e outra de água,
foram precisos muitos biliões
para se formarem os continentes
os mares e oceanos
e a vida começar a fervilhar
nas plantas, nas árvores, nos peixes,
nos répteis, nas aves e noutros seres.
Biliões de anos depois e uma luta
sem tréguas apurou os mais fortes
e os mais aptos, lei implacável
que tem dominado a evolução,
onde o novo irrompe sempre do velho,
do dinossauro ao criador de micro chips
foi um muito longo trajecto, uma aventura
sem igual, viagem maravilhosa
só comparada com a viagem que o planeta faz
de um milhão de Kilometros por hora
juntamente com todo o sistema solar.
A viagem não fica por aqui
107.000 Kilometros por hora à volta do sol.
E,1.700 Kilometros por hora,
na região do equador,
em torno do seu próprio eixo.
Somos viajantes do espaço,
seres errantes que apesar de termos casa
ela nunca está um segundo no mesmo sítio,
do universo sem fim.
de anos
A matéria cósmica criou árvores,
plantas, seres vivos,
as células foram-se dividindo,
os cromossomas aperfeiçoando-se.
O vapor condensado
deu lugar a água,
que ocupou 70% da área do planeta,
composto por placas tectónicas
que em constante movimento
vão chocando, provocando vulcões,
terramotos, tshunamis e
outros fenómenos que vão mudando
e moldando a vida e a morfologia.
Uma era glaciar, onde a neve
e gelo cobriram tudo, fertilizando
e encubando novas formas de vida.
Como viajante espacial
encontra outros viajantes
por vezes a saudação
é um violento choque
que provoca grande destruição,
acabando com formas de vida,
para em seu lugar brotarem novas,
num perpétuo movimento
de eterna renovação,
assim aconteceu com os
gigantes dinossauros
que vítimas de um choque
desapareceram para sempre
no braseiro que se formou,
dando lugar muitos milhões de anos
depois a seres mais pequenos,
diferentes na forma e nas aptidões.
Do macaco nasceu o homem,
o trabalho contribuiu definitivamente
para a sua evolução.
A terra fértil fornecia-lhe caça e
alguns frutos, tudo muito instável
e ao sabor da sorte, nada era certo.
Inventaram as primeiras armas
de caça, que aos poucos se foram
transformando em armas de guerra,
de conquista e posse.
Dominaram o fogo e aprenderam
a fazer lume, juntamente com a descoberta
dos metais aprenderam a cultivar plantas,
dominaram animais e a vida passou a ser
sedentária, já não dependiam só da caça,
da pesca e da apanha dos frutos,
agora criavam os seus próprios animais
e cultivavam alimentos.
Espalharam-se e povoaram todas as regiões.
Aos poucos apareceu o sentimento de posse
e desejo de terem o que pertencia aos vizinhos
gado, terras, plantas, mulheres e começaram
as invejas, as pilhagens, os massacres, as guerras.
Querendo sempre mais e mais, já não era
só para viverem era para açambarcarem,
para enriquecerem, e o que era de todos
passou a ser propriedade de poucos.
Apareceram os chefes, os reis, imperadores,
os nobres e os plebeus
que na ânsia de terem cada vez mais
intensificaram a matança dos seus irmãos,
o roubo, a exploração. A propriedade privada
começou a surgir por todo o lado, sobre os
escombros do que era comunitário.
A par disto o homem desenvolveu
a comunicação, aperfeiçoando a fala,
criou o alfabeto e a numeração,
aprendeu a escrever e a juntar palavras,
deu nomes a tudo, aos seres vivos,
e aos próprios homens.
Estudou as estrelas, criou a ciência,
interrogou-se sobre ele e o que o rodeava
nasceu a filosofia, olhou o mundo
descobriu a beleza e quis retratá-la
criou a poesia, a prosa, a representação
do real e nasceu o teatro, a pintura,
a escultura, os sons deram origem
à música. Mas, estas descobertas
também originaram novas armas,
que provocaram mais matança,
novas formas de escravizar,
de torturar, e a posse das riquezas
tornou-se cada vez mais restrita.
Numa ânsia de mais, mais e mais
destruíram florestas, poluíram
oceanos, mares e rios.
Os gazes emitidos pelas chaminés
das fábricas, pelos escapes dos carros
provocam o saturação do ar na atmosfera
o aquecimento global,
o eco-sistema ameaça ruir.
Espécies inteiras desaparecem,
outras estão em vias de desaparecer
a flora é profundamente alterada
as variações de temperaturas nas
estações do ano atenuam-se,
os fenómenos meteorológicos
sucedem-se e criam mais destruição.
O Homem,
ser profundamente belo
inteligente, culto, sabedor
é o grande predador do planeta,
ao contrário de todos os outros seres,
que o habitam, que só matam
para se alimentarem ou para se defenderem,
ele, mata e destrói também
por prazer, por gozo.
Não se importando com os equilíbrios
das espécies, o aquecimento global,
a racionalidade na utilização dos recursos.
O consumismo desenfreado,
o mercantilismo sem regras,
a brutal concentração da riqueza,
toda a riqueza em poucas mãos,
cada vez mais sedentos de poder,
semeando morte, exploração,
miséria por todo o lado,
vão levar ao colapso.
A situação, é muito grave
exige resposta da esmagadora maioria,
dos que são marginalizados,
explorados, saqueados,
com vidas destruídas
de miséria e dor.
A eles cabe a revolta
contra o estado a que isto chegou,
obrigando a que os recursos voltem a ser
divididos pela comunidade
usados e preservados.
Salvando o planeta como o conhecemos
de uma morte anunciada.


H M
in "dos Afecto"
01/01/2017

terça-feira, 27 de março de 2018

dos AFECTOS - 2º Livro de poemas

Aqui vos deixo o segundo livro de poemas que editei.
Eis o último poema do livro:

AFECTOS

A mão carinhosa
a palavra amiga
o beijo, o abraço
o sonho partilhado
a luta em comum
a vivência que tivemos
o amor, a paixão, o desejo
que vivemos, que sentimos
que sonhámos, que queremos
e não temos, mas buscamos,
não parando até o encontrar.

https://view.publitas.com/7320506a-3b9d-4544-bf00-a5693f284dc6/poemas-afectos/
(clicar para aceder ao livro)



segunda-feira, 26 de março de 2018

LONGOS CAMINHOS - 1º Livro de poemas

Deixo-vos aqui os LONGOS CAMINHOS.
Já sabem podem partilhar todo e qualquer poema deste que citem o autor.
Todas as minhas obras estão protegidas nos termos da lei que regula a propriedade intelectual e devidamente registadas.


https://view.publitas.com/7320506a-3b9d-4544-bf00-a5693f284dc6/af_poemas-higino-1/
(clicar para aceder ao livro)

domingo, 25 de março de 2018

POEMA DE AMOR: HUMANUS - A GRANDE VIAGEM.


A interrogação, a resposta, a dúvida, a verificação
que fatalmente conduz a nossa indagação.

Hoje, vou escrever-te um poema de amor
prometo ser arrebatador, ardente, apaixonado
deixar correr livremente tudo o que sinto e
pressinto em cada segundo de um tempo
tão agreste e contraditório.

Despir o preconceito, como se despe o luar
olhar o céu de cada sonho e o desejo de viver
mesmo que o resultado seja mil vezes pior
que a falsa e trágica acalmia que
as nossas vidas vivem, sem coragem para mudar.

“Tudo o que é humano, não me é estranho”
disse um dia o filósofo, sabia do que falava
tinha estudado a humanidade, as suas contradições
e evoluções, desde o comunismo da sociedade primitiva
até ao mundo do capitalismo avassalador e dominante
decadente na acção e nos resultados, pelo meio
ainda parámos no esclavagismo, no feudalismo
divididos em classes, sempre em classes que,
fizeram a grande roda girar e aqui chegar.

Vamos viajar, entrar numa passarola de Bartolomeu Gusmão
e por breves momentos revisitar o século XX,
século de tanta esperança, tanta luta, tanta alegria, tanto sonho
mas, também, tanta morte, tanta desilusão, tanta dor
onde o velho acabou por sufocar o novo e trazer
tanta dúvida, ao mesmo tempo que emprenha a
nova semente que um dia vai brotar
mais forte, viçosa, conquistando arranha-céus de esperança
enfim ser finalmente vitoriosa.

Amante do belo, nada melhor do que começar
na Belle Époque, ali no Moulin Rouge
assistindo fascinado e despreocupado
ao esvoaçar das penas, das saias multicolores
e das pernas das bailarinas – chamava-se Cancan,
a nova dança. Tudo parecia, que era beleza, novas invenções
e paz entre os povos, puro engano, as contradições
eram brutais e surgiriam em cascata.

5 de Outubro de 1910, vesti pela primeira vez a farda
em segredo, fui para a Rotunda e de baioneta em punho
lutei contra as tropas da monarquia falida e corrupta,
a ingerência das potências estrangeiras, o poder e a riqueza
da igreja, o direito a ser cidadão livre de um país livre,
a separação entre estado e igreja.

Em 28 de Julho de 1914, os grandes impérios
Alemão, Austro-Hungaro, Otomano, Russo, Inglês,
a 3ª Republica Francesa agudizando a luta politica
de expansão do seu domínio e da procura de novas
matérias primas entram em guerra, formando dois grandes blocos,
começa a I guerra mundial 1914-1918,
arrastando muitos outros países.
Eu, eivado de amor patriótico, parti para a Flandres
integrado no Corpo Expedicionário Português.
Ficámos atolhados na lama, no frio, na fome
e a batalha do Lys, acabou com os nossos sonhos.
Muitos milhares dos nossos ali tombaram para sempre,
juntando-se a muitos milhões, que alegremente tinham
marchado no início, alegres por irem para a guerra, vê tu,
guerra de rapina e por novos territórios.
No fim acabam em milhentas valas comuns.

Nos entre-tantos ainda tive tempo,
de olhar para o Império Otomano
e ver o massacre dos Arménios em 1915, mais de um
milhão foram mortos. Ao longo da história muitos outros
povos foram massacrados e quase destruídos,
numa verdadeira demência e loucura.

Em Outubro de 1917, estive no assalto ao Palácio de Inverno
em São Petersburgo, vínhamos dos campos, das fábricas,
das oficinas, dos quartéis e dos navios – éramos a força de aço
que varria a velha ordem.
Com grito enrouquecido cantávamos
“Bem unidos façamos desta luta final
uma terra sem amos – a internacional”
O novo amanhecer parecia querer brotar
traçando caminhos novos
banindo o mundo velho, os seus vícios e horrores.
Construindo em seu lugar uma sociedade mais justa,
mais humana, mais verdadeira, profundamente igualitária
na distribuição, nas oportunidades e na posse das coisas.
Sociedade do homem para o homem.

Em Outubro de 1929, estive no Eldorado,
na terra do tio Sam, tinha perdido o encanto de outrora
apontada no seu início, como símbolo máximo da democracia,
terra de liberdade, povoada por tanta mente brilhante
que tinha emigrado da Europa, nos séculos XVIII e XIX.
Agora era a grande recessão da bolsa e das acções,
verdadeira roleta do casino do capitalismo
que criava papeis (acções), que vendia ás pessoas, por um valor
e passados tempos fazia baixar o valor desses papéis,
lá se ia todo o dinheiro investido,
tudo negociado na bolsa de New York e
com o aval da Moody's, da Standard & Poor's e da Fitch Ratings
(sim, essas mesmo)
foi um drama brutal, falências, milhares de suicídios,
como os ianques já eram os principais financiadores
do mundo ocidental, a crise foi espalhando-se.

A década de trinta na Europa é de conflitos
e afirmação da luta dos operários
e outras camadas populares no seio dos países
a luta de classes estava no auge
na Alemanha, em França, Espanha, na Itália
tendo por pano de fundo a revolução soviética.
Em 1931 a Frente Popular ganha a eleições em Espanha,
semeando grande esperança em todo o povo.

No entanto, comunistas, trotskystas e anarquistas
nunca se entenderam, a unidade foi a utopia,
que tristemente só foi conseguida quando o pelotão
de fuzilamento os juntou para os assassinar.
A guerra Civil (1936-1939) advento e ensaio da II Guerra Mundial
dilacerou um povo, separou famílias, irmãos mataram irmãos.
De um lado as forças mais negras, do outro lado o povo dividido.

E cheguei à II Guerra Mundial,
a devastação total, a morte aos milhares,
selectiva, programada, cantada.
A raça superior, comandada por um ímpio
a fazer a guerra total aos descendentes de escravos ímpuros,
A suástica como brazão, o Mein Kampf como bíblia.
Os mesmos desejos imperiais dos tempos das tribos bárbaras,
criando um mundo deles, em provetas e campos de morte.
De Moscovo a Londres, de Paris a Tóquio suou o sinistro apito
das sirenes, avisando de mais um bombardeamento.
Do meu país a legião Viriato chefiada por Spínola foi lutar ao
lado da bota pessonhenta nazi, aliada ao Duce de Roma e ao imperador Hirohito.
Mil esforços, e o soldado soviético iça a bandeira da vitória no Reichstag.
Depois foi o conhecimento dos campos de concentração,
perto de 50, onde os mais famosos são:
Auschwitz, Breitenau, Belzec, Malchow, Treblinka …...

Mas do lado vencedor a realidade também é brutal,
Os americanos, querendo acabar de vez com a guerra
e querendo marcar uma posição de força para o futuro
arrasam Hiroshima e Nagasaki, com bombas nucleares
espalhando a morte por muitos anos a tudo que tinha vida.

A Europa em ruínas precisa de se erguer,
de se reconstruir, mais uma vez, o esforço dos povos é gigantesco,
do lado de lá do oceano chega o plano Marshall, os dólares
é o grande negócio da reconstrução.
Os vencedores encontram-se em Yalta
Stalin, Roosevelt e Churchill, a Europa e o mundo
ganha outro desenho no mapa dos países.
A leste, com a libertação dos opressores nazis,
nascem os chamados países de democracia popular.
Berlim é dividida em duas.

No país dos sovietes, o esforço é colossal
o grande atraso económico é ultrapassado
e o país está agora na dianteira.
Yuri Gagarin (1961) e a cadela Laika (1957)
são os primeiros seres vivos a orbitar a terra.
Mas, há os Gulags, as dissidências, as mortes
a repressão, a Tcheca dá lugar ao KGB,
as nacionalidades, as minorias, os conflitos
éticos, a burocracia, a nova classe emergente
vai pulverizar o futuro.

O pós guerra trás consigo as lutas de libertação
dos povos colonizados pelas potências ocidentais.
As mudanças de regimes percorrem o planeta,
parece chegada a hora da grande viragem.
A aurora de um tempo novo, com o advento
de relações mais justas entre os povos e as nações,
com a riqueza, os bens de consumo, a cultura,
a saúde a terem uma repartição mais igualitária.
Os massacres esses continuam.
Sukarno na Indonésia encabeça a lista.
Em África e na Ásia, nascem novos países,
fruto do grande movimento e das lutas desses povos.
Ao mundo dividido entre leste e oeste,
comunistas e capitalistas, aparece uma terceira via
os não alinhados, com uma mescla nas formas económicas.

No meu país é o fado negro da sorte,
um ditador rural e para sempre enclausurado,
no seminário onde estudou, só dá
fome, miséria, repressão nas ruas da nação.
Para fugir à fome ou para fugir à guerra,
vai-se a salto para fora do país.
Movimento que se há-de repetir no início da segunda década do século XXI
agora à luz do dia, centenas de milhar fazem a “vontade”
a um imitador barato do homem de Santa Comba Dão
que do alto da sua verborreia, os manda sair da sua zona de conforto.

E vem 1968 a Primavera de Praga,
onde os tanques do Kremlin esmagam a revolta popular.
E vem Maio em França, esse Maio de 68,
onde era proibido proibir,
onde operários e estudantes fazem tremer a ordem estabelecida,
A greve geral quase derrota De Gaulle.

E veio Abril, Abril novo pela força de um povo
que fez transbordar um rio, “numa ânsia colectiva de tudo fecundar”
foram quebradas algemas e prisões, os progressos foram tão profundos
que foram precisos quarenta longos anos para os erradicar.

A Perestroika, acabou com o que restava da experiência dos sovietes,
entretanto transformado em capitalismo de estado,
tão brutal, assassino e explorador como o velho capitalismo.
Alguns responsáveis das repúblicas passaram
a Kapos da nova máfia, enriquecendo da noite para o dia.
A União desmembrou-se, novos países velhos hábitos, usos e costumes.
Também os eslavos do sul, viram a sua união ruir
a guerra brutal, assassina em massa eclodiu ferozmente
de Belgrado a Dubrovnik de Krajina a Saraevo
nada escapou, as limpezas éticas, religiosas, politicas.

11 de Setembro, já tinha sido trágico para o Chile
para o seu presidente Allende, nesta América Latina
tão massacrada pelos americanos do norte,
novos colonizadores de todo o continente,
não lhe chegando o massacre que fizeram
aos indígenas da sua terra.
Mas há as Twin Towers e os aviões
usados como armas de destruição total
numa mistificação massiva da qual se suspeita cada vez mais.

Nova viragem na globalização global
Cada vez mais as riquezas são privadas,
e as despesas são públicas.
A grande ordem é mundial,
O petróleo é o centro do mundo,
por ele destroem-se países, decretam-se guerras,
muda-se o mapa das nações,
mata-se e pilha-se novamente,
fuga de milhões ao desespero, à fome
à guerra, a maldita sorte imposto pelo império,
a Europa ali tão perto e tão orgulhosamente cínica,
esquecidos os valores do passado,
nomeia um qualquer Erdogan, guarda-chaves do portão de entrada.
Civilizações antigas, berços da humanidade
são declaradas ímpias e incultas, pelos seus farsantes.
A religião, a grande trapaça do homem, é usada para criar
fanáticos alucinados, capazes de se auto destruírem à bomba,
arrastando com eles milhares de seres.
A ordem do caos está instalada
lucram os mesmos, muito poucos.
Muitos milhões, mais concretamente
99% da população mundial sofre com este estado de coisas.
A Europa, depois da união forçada está na desordem que
a nova Fraulein teimou em aplicar, para salvar todos os
Deutshe Bank desta vida e as mãos invisíveis que os manipulam.

A par disto, o desenvolvimento da ciência e da técnica
atinge patamares inimagináveis onde é preciso esconder esses
conhecimentos e desenvolvimentos da imensa maioria.

Tal como no início,
lembram-se “do vale onde havia pão, paz e mel”
as contradições existem e são elas que tudo fazem rolar
são elas que despertam os nossos sentidos,
nos levam ás perguntas, ás interrogações,
ás dúvidas e certezas, bem como à acção.

A luta entre o velho e o novo,
entre o ser e o não ser
entre o ficar e o ir
entre o querer e o não querer
viverá em cada um de nós
será ela que tudo irá mudar.

É este eterno movimento
do contentamento descontente
da inquietação desinquieta
dialéctica suprema da vida
Amor maior, que nos faz viver.

HM 
03/09/2016
in LONGOS CAMINHOS




                                                       Matisse - A dança

sábado, 24 de março de 2018

VEM


                                                    
Vem,
vem devagar
por entre as ondas
de mágoa e sal
envolta em tempestades
de sentimentos e medos
tão antigos como os meus olhos.

Vem,
vem devagar
por entre o vento suão
tão quente e agreste
semeado de desertos
onde mora a paixão
arrebatadora das tardes de outrora.

Vem,
vem devagar
escalar a serra imensa
tão calma e bela
em noites de lua cheia
despertando nova ilusão
num peito magoado no ficar.

Vem,
vem devagar
percorrendo a campina
imensa de saudade
de verde e pão
em dias de calmaria
que me sufoca o sonho e a razão.

Vem,
vem devagar
tapa-me os olhos
sustem-me a respiração
esmaga-me contra ti
no ímpeto de força e paixão
quebrando mil anos de servidão.

Vem,
vem devagar
em segredo mal guardado
percorre todos os caminhos
descobrindo o quem em ti mora
de tão novo e calmo
rio que aqui e agora desaguas.

HM
16/07/2017



UM MÊS (IN)COMPLETO

UM MÊS (IN)COMPLETO
(Texto da contracapa)


Ao princípio foi a dúvida, a angústia do reencontro as perguntas: Valerá a pena?
Porquê agora? Que sentido tudo isto terá?
Depois foi a redescoberta, o sonho, a ilusão, os afectos.UM MÊS, onde tudo
pode acontecer.
Afinal passados quase 40 anos ainda tinham tanto para falar. Visões do mundo,
das coisas, da música ao cinema, da poesia à dança, da filosofia à política, essa
mesmo que tanto os separou.
Ele no passado escreveu cartas com 40 páginas. Agora é ela que as relembra, viveu
com elas todo este tempo, estudou-as, digamos que preparou este encontro, se
um dia ele acontecesse…
O mundo mudou e eles também.Mas, as ideias essas mantiveram-se firmes. Centradas
agora nas pessoas, sim o que importa são as pessoas, a imensa maioria e é
para essa esmagadora maioria que as coisas tem que ser feitas.
E o amor onde fica o amor? Bem como o humor? Fica ali, mesmo à nossa frente.
E, sim também é uma história de amor, afinal o amor é uma inerência à nossa
condição. Ingénuos ou um profundo jogo de aproximação, de recordação de
como eram e como teriam vivido alguns momentos.
Movimentado, intenso, apaixonado , sedutor e surpreendente ou talvez não.
Diferente ou imprevisto como a vida?
O final, claro que há sempre um final para tudo e este será tão diferente e
único? Mas não é a vida tão única?
Reencontro ou acerto de contas, connosco mesmo, com o que fomos, o que
vivemos, o que não vivemos e talvez um caminho que poderia ser diferente, mas
não foi!
Realidade ou ficção? Mistura das duas? Sonho, ilusão, desejo ou apenas emoção?
A resposta é simples ficção sobre a realidade e eu gosto tanto.
O autor

Edição do autor

sexta-feira, 23 de março de 2018

AFRODITE RENASCIDA

Este é o terceiro poema que virou canção. Afrodite claro - a deusa do amor, para quem canta tão bem o amor: Rui Moniz!

AFRODITE RENASCIDA
(clicar para ouvir)

AFRODITE RENASCIDA
                                  à  IC

Vieste de mansinho,
caminhando levemente
ocupaste o meu coração
com o teu jeito errante
de menina à muito mulher
que procura nova emoção

Cabelos claros ao vento
na noite sem luar
em dia transformada
pela beleza do teu olhar
mil promessas feitas
de seres novamente amada

Em cada abraço meu
sinto o teu corpo tremer
de prazer e desejo
pronta para o amanhecer
num oceano de sonho e beleza
e ver Afrodite renascer

Na manhã escura sem sol
Vi a lua cheia nascer
dois amantes que se dão.
Teu grito enrouquecer
trocar o sonho adormecido
pelo amor e paixão

Afrodite renascida
dádiva maior de amor
esperança de cada homem
rosa sem espinho de dor
voando em cada beijo
nas asas do condor

Vieste de mansinho
ocupaste o meu coração
de menina à muito mulher
que procura nova emoção





TERRA AMADA TERRA

De bola abrasadora a planeta azul uma massa de terra e outra de água, foram precisos muitos biliões para se formarem os continentes o...